domingo, 20 de fevereiro de 2011

Aos cacos...


Hoje, como em poucos e raros dias, senti que meu coração fosse sair pela garganta em um grito abafado. De dor.
É muito triste ver uma outra pessoa vivendo a sua história. A história que você fantasiou, programou e idealizou ao lado de uma pessoa.
É como arrancar um pedaço do coração para tampar um buraco na parede. Conserta uma coisa, e acaba destruindo outra.
Ve-lo ali, diante de mim, com os olhos brilhando da forma que eu queria que brilhassem quando estivessem voltados para mim, olhando para ela... foi um dos piores momentos que eu me submeti a passar.
E por que digo 'me submeti'? Porque eu poderia ter ido embora, eu não era obrigada a ficar ali, vendo, vivenciando, sentindo tudo aquilo...
Mas o meu 'eu torturador' de mulher, exigiu que eu ficasse, que compartilhasse de cada momento, cada palavra, cada atenção, cada olhar... e cada um deles entravam no meu peito como se fosse um punhal, afiado, gelado, mortal.
Ela estava ali, recebendo tudo que eu sonhei receber, e o pior: nem ligando para isso.
E ele estava la, dando a ela todo carinho, atenção e cuidados que jamais ousara me dar.
E eu estava ali, parada, com um sorriso falso no rosto, e um nó na garganta que me doía a alma... mendigando para que tudo aquilo fosse meu.
Agora respondam... a vida é ou não é injusta, fria e cruel?
Ela foi muito cruel comigo hoje. Eu sorria para o mundo e gritava de dor dentro do meu peito.
Cada minuto demorou horas para passar, e cada gesto para ela, por eu estar apaixonada, triplicava o tamanho, a intensidade e também a minha dor.
Poucas vezes na vida senti a necessidade tão ardente de me torturar como fiz comigo hoje. Foi uma tortura com objetivo... Eu acreditava que vendo-o agir assim com uma pessoa "x" que ele escolheu, eu iria sentir raiva, sentir desprezo, sentir renúncia imediata.
Mas eu me enganei. Confesso que senti um pouco de raiva. Nas poucas palavras que ele me dirigiu, senti uma vontade horrenda de devolver-lhe com palavras ásperas para que o ferisse, magoasse, chateasse, surpreendesse. Mas tudo que consegui fazer foi olhar-lhe nos olhos e dizer: Sim, eu também achei.
Uma mulher com raiva se torna muito perigosa. Mas hoje pude ver que uma mulher apaixonada também se torna muiti perigosa... mas a diferença é que esse perigo é para si mesma. Ela se torna uma arma de tortura, um veneno a si própria. E aos poucos vai matando sua própria alma.
E é exatamente assim que me sinto agora... um veneno para mim.
E o pior é que o objetivo desta tortura, tornou-se a presa do caçador... Eu queria sentir raiva dele, muita raiva... Mas só senti pena de mim, por saber que quando ele quiser voltar, e se ele quiser voltar, as portas do meu coração estarão abertas... por mais que eu as tranque... infelizmente ele possui a chave... e ele sabe disso.
Nossa, que triste... que triste despejar aqui esses sentimentos, aos quais eu levo apenas para o meu travesseiro.
Que triste ter que manter um sorriso estampado no rosto quando a vontade é rasgar o peito de tanta dor.
Já diz uma famosa frase de Cazuza: "Todo mundo tem um ponto fraco. E você é o meu."
Mas será que vai ser para sempre? Eu espero que não. O bom da paixão é que ela passa. Ela dói, machuca, faz a gente sofrer e achar que vai morrer com essa imensa dor no peito. Mas ela passa.
Algumas pessoas tem o triste hábito de achar que podem sair e entrar na minha vida quando elas bem entenderem... ...Mas garanto que elas se surpreenderão o dia que chegarem e encontrarem de uma vez por todas a porta fechada.
Bem... deixa o Beija-Flor sugar todo o mel que quiser por aí... quem sabe sentindo o amargo de outras vidas e de outras bocas, ele não se lembre com saudade do meu sabor? Quem sabe...

Aline

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