sexta-feira, 23 de abril de 2010

A Era das Modernizações

Estamos em uma época de nossas vidas, onde infelizmente ser moderno assemelha-se à ser ganancioso e a ser capaz de banir a sinceridade e a amizade de seu vocabulário.
Vivemos em uma sociedade ‘moderna’ onde o amor se tornou algo muito brega e cafona; se você acredita nele (amor) ou o sente, sem sombra de dúvidas, você é digno de ser motivo de chacota.
Dentro do peito das pessoas ‘modernas’ já não encontramos mais um coração capaz de querer bem, de cuidar, de se preocupar, de amar.
Encontramos uma máquina capaz de pulsar para manter a vida e de maquinar ideias que possam me tornar uma pessoa melhor a cada dia, independente do que ou quem isso me custe.
Ser banal se tornou qualidade indispensável. E querer que os outros ‘se explodam’ tornou desejo ardente no coração de muitos.
A modernidade trouxe com ela esquecimento de coisas passadas, antigas, antiquadas. Trouxe com ela o esquecimento do significado de uma palavra ‘antigamente’ muito usada e compreendida: amizade.
O que se tornou a amizade nos dias de hoje? A amizade moderna?
Se tornou um olhar simples e comum, como olho para qualquer desconhecido que encontro na rua. Se tornou um hábito de conversa, assim como bato papo com conhecidos em uma mesa de bar ou em uma lanchonete da esquina.
Essa é a amizade moderna, a amizade que não se importa se o que eu disser ou fizer vai magoar o coração que está ali do outro lado... afinal, o coração é uma máquina usada para pulsar e me manter vivo, apenas isso, não é?!
Para que irei me preocupar se alguém ora e pede à Deus por mim todas as noites? Se a modernização nos mostrou que o universo foi criado através da energia, e que nenhuma ‘força sobrenatural’ foi comprovada.
Para que pensar que alguém se chateará se eu disser uma mentirinha? Já que vivemos em uma modernidade onde a verdade se tornou algo muuuuito fora de moda.
Os sentimentos saíram de circulação e deram espaço à coisas muito mais importantes, como por exemplo diversão, luxo, riqueza, glamour e claro, egocentrismo.
Para ser sincera, escrevo apenas para dizer que eu ainda sou do tipo ‘cafona’, do tipo que prefere a amizade antes da modernização, que prefere o coração com outra função além de alimentar a ‘máquina’ que é nosso corpo, que prefere acreditar que uma força superior (Deus) rege e protege os nossos passos.
Estou muito fora de moda, eu sei. Mas também sei que aos poucos, talvez eu possa aprender a ser moderna.
Talvez essa modernidade chegue aos poucos na minha vida, pois se eu não me adaptar a ela, pode ser que eu fique sozinha, não?
O mundo evolui e eu fico para trás, acreditando ainda que existe humanidade no ser humano. A era da modernização vai me ensinar muita coisa, e quem sabe em breve, o órgão que alimenta e pulsa vida para o nosso corpo, não possa ser definitivamente trocado por algo mais importante e indestrutível e muito mais valorizado nos dias de hoje. Uma pedra, acho que isso sim seria o ideal.